terça-feira, 6 de outubro de 2009

4ª etapa - Bertramirans - Cangas de Onís (403.60 Km) - 04/09/2009

A saída deu-se cedo, em direcção a Santiago. Desta vez deixámos a caravana mais perto da Praça, numa rua menos central, mas mais perto.
Fizémos o caminho até à Praça do Obradoiro, visitámos a catedral, a cripta do Santo, as ruas adjacentes à praça e almoço num pequeno restaurante perto da catedral. Houve ainda tempo para comprar umas lembranças e umas Tartes de Santiago, antes de rumar à estrada.
O caminho era extenso, mas quase sempre em autoestrada e por isso pensámos que chegaríamos relativamente cedo às Astúrias. Fizémos um caminho tranquilo, por uma das mais bonitas estradas que já fiz, muito perto do mar e com as montanhas do lado direito. Tudo correu bem, até termos de virar para dentro... uma estradeca de montanha onde mal cabe um carro, durante 18 Km de curvas e contracurvas, com animais a atravessarem o caminho.... já noite cerrada, foi um pesadelo.
Como tinha corrido bem anoite anterior decidimos apontar à área de serviço de Cangas de Onís, bem no centro da localidade e bem apetrechada para autocaravanas. Quando chegámos já estavam 14 autocaravanas e ainda chegaram mais. Aqui só dois reparos. O primeiro para constatar que o parque apenas permite 4 autocaravanas o que parece muito pouco, especialmente nos meses de época alta. O segundo para um sem número de caravanas de espanhóis que ali mesmo decidiram fazer um churrasco na rua, com baile e cerveja e tudo. Depois queixam-se que as autarquias não querem autocaravanas a pernoitar... se eu fosse autarca se calhar, ao ver estas cenas, também pensava duas vezes. Uma coisa é aproveitar o sítio para pernoitar e realizar os serviços necessários à autocaravana. Outra coisa totalmente diferente é fazer da autocaravana a extensão do parque de campismo, com avançado, mesas e churrascos.
Mesmo assim, depois do jantar fomos dar uma volta pela vila, até à ponte romanacom a sua cruz Asturiana. É uma vila muito bonita, muito tranquila e que me dá sempre muito prazer visitar.
A noite foi muito tranquila, sem qualquer barulho ou problema. Perfeito.

3ª etapa - Finisterra - Bertramirans (140 Km) - 03/09/2009

Esta terceira etapa era um pouco ambiciosa, como mais tarde percebemos. A ideia era ir ver o Cabo Finisterra e depois seguir pela costa até Santiago de Compostela e ainda chegar a tempo de visitar a cidade.
Saímos de manhã do parque de campismo, depois de atestar de água e despejar as águas cinzentas. A estrada que nos levou até ao cabo era boa, mas estreita e andámos cerca de 3 kilómetros até chegar a uma igreja românica que é a última etapa do caminho de Santiago até chegar ao Cabo. Para muitos peregrinos a peregrinação do caminho de Santiago começa em St. Jean Pied de Port, em França e acaba em santiago de Compostela, mas na verdade o kilómetro 0 da peregrinação é no Cabo Finisterra. A maior parte dos peregrinos já não faz a etapa de Santiago ao Cabo, porque tem muito menos locais de aopio e torna-se muito complicado.
Pouco depois chegámos ao Cabo Finisterra, epela primeira vez tive de desviar o caminho pois encontrei um sinal de trânsito que proibia autocaravanas e as desviava para um estacionamento próprio, um pouco mais afastado, mas mesmo assim muito perto. Curiosamente estava um barco de Guerra a fazer manobras em volta de um submarino, mesmo a meio da ria, que mais tarde soubémos era um submarino Argelino que ali estava sem qualquer motivo aparente.
Visitámos o cabo, percorremos a útlima etapa do caminho e stivémos de frente para a "Costa da Morte". As ravinas são impressionantes, até porque o mar lá em baixo é revolto e com muita ondulação e correntes.
Voltámos à autocaravana onde fizémos e comemos o almoço, e partimos em direcção a Santiago, parando para um café em Noia, uma vila à beira-mar muito bonita com uma marginal pedonal que, em dias de sol, deve ser muito bonita. Infelizmente para nós o tempo continuava fosco.
Seguimos até Santiago, onde estacionámos a autocaravana no parque de estacionamento do auditório da Galiza, no campus universitário e a cerca de 10 minutos a pé da Praça do Obradoiro. Quando chegámos em frente à catedral, já esta estava fechada e logo aí ficou traçado o destino da manhã seguinte. Procurámos um restaurante para jantar, e de entre as centenas disponíveis (mas caros) nas imediações da catedral lá encontrámos um onde fomos bem atendidos e comemos um bom polvo à Galega e uma empanada deliciosa.
Nesta altura faltava decidir onde iríamos passar a noite. Decidimos ir para a área de autocaravanas de Bertramirans, a cerca de 15 Km de Santiago.
Para nós, que nunca tínhamos estado numa área deste tipo foi uma surpresa agradável. A área é no estacionamento do supermercado Carrefour, e tem água e depósito de águas residuais onde aproveitámos para descarregar também o WC químico. Na área estava uma outra autocaravana, mas como já chegámos tarde os nossos companheiros já dormiam. A noite correu muito bem, até cerca das cinco da manhã, quando começaram a chegar as camionetas de transporte de bens para o supermercado, para descarregar a sua mercadoria. Especialmente chatos porque não desligam os motores e ficam ali um tempo interminável a descarregar com os motores ligados e a fazer um barulho incrível.
Não fora isso e tinha sido uma noite impecável.

2ª etapa - La Lanzada - Finisterra (179.5 Km) - 02/09/2009

Dormir pela primeira vez numa autocaravana foi algo especial e diferente. A cama até é confortável, mas quando o Sol começa a apertar fica demasiado quente, especialmente na capuccino.
Acordámos então pela manhã, e pudémos ver o quão bonito era o sitio onde estávamos. O Parque de campismo era mesmo sobre a praia, que a essa hora estava vazia e linda.
Há já alguns anos que não pernoitava num parque de campismo e a expreiência fazia-me ter algum receio das condições de higienme. No entanto este parque está muito bem equipado, com casas de banho muito limpas e duches de água quente corrente. E quando digo corrente quero dizer que não são uns pingos de água.
Depois de atestar a caravana de água limpa (apesar do dono do parque ter torcido, e muito, o nariz), fizémo-nos à estrada, pela costa até O Grove, onde entrámos pela ponte para a Ilha de La Toja. Esta ilha é um paraíso turístico da costa Galega, mas porque já estávamos em Setembro, não abundavam as pessoas. Aproveitámos para visitar o museu do sabonete, ir ver a Igreja de Conchas, mas só por fora pois estava fechada.
Como tínhamos a autocaravana beme stacionada decidimos almoçar mesmo ali, e aqui está uma das grandes vantagens deste meio de transporte. Poder fazer o almoço tranquilamente, almoçar, beber um café e depois seguir com o nosso ritmo.
Então já com a barriga cheia tínhamos duas hipóteses: ou seguíamos para Santiago e no dia seguinte para Finisterra, ou fazíamos o contrário.
Optámos por ir primeiro para Finisterra. Aqui fizémos mais um erro de principiante. Pusémos "Finisterra" no GPS e escolhemos caminho mais curto. Ele lá nos traçou uma rota, mas mandou-nos pelo meio de montanhas e demorámos um tempo enorme a fazer 100 Km. Além do mais, o tempo na Galiza é sempre muito instável e por causa disso apanhámos muito nevoeiro na montanha, o que nos atrasou ainda mais.
Era já noite cerrada quando chegámos a Finisterra e optámos novemente por um parque de campismo, até porque chovia desalmadamente. Foi-nos até dificil arranjar o local ideal para parar a autocaravana e pôr as benditas sapatas.
Nessa noite já não fizémos nada, para além de jantar e conversar um pouco, lavar a loiça e dormir.

domingo, 13 de setembro de 2009

1ª Etapa - Águeda - La Lanzada (243 Km) - 01/09/2009

O objectivo era passar 10 dias de férias. Férias diferentes, a bordo de uma autocaravana, 4 adultos e um bebé de 6 meses... aventura?

A autocaravana foi alugada em Águeda, a um particular, por um preço muito simpático. Uma RIMOR, de 7 metros, com capacidade para 5 pessoas. Carroçaria FORD Transit, com 140 cavalos, algo assustador para quem nunca tinha conduzido uma máquina destas.
A caravana tinha uma cama tipo Capuccino, para 2 pessoas, mais uma cama na parte traseira, também para 2, uma cozinha com fogão de 3 bicos com exaustor, frigorífico e congelador. Casa de banho com duche separado.

Para minimizar tempo, na noite anterior ficámos alojados no Hotel Conde de Águeda, um excelente 3 estrelas mesmo no centro da cidade.

No dia seguinte saímos de manhã do hotel e fomos buscar a autocaravana, receber as instruções e começar a nossa viagem.
Carro com depósito cheio, tanque de água vazio e fizémo-nos à estrada.
A primeira paragem foi uns quilómetros mais à frente, no Lidl para abastecer a dispensa de provisões. Ao lado do supermercado havia uma bomba de gasolina, ideal para encher o depósito da água. 100 litros depois estávamos prontos para andar,mas andámos pouco porque pouco depois encostámos no McDonalds de São João da Madeira para o almoço.

Almoço comido, seguimos viagem pela Nacional 1, entrámos na A1 nos Carvalhos, atravessámos o Porto pela ponte do Freixo, e seguimos pela estrada nacional até Valença. Entrámos em Espanha por Tui e seguimos, ainda na estrada nacional em direcção a Sanxenxo.
A paisagem pelas Rias Baixas é deslumbrante.

Estive a última vez em Sanxenxo há 6 anos, e muito mudou desde então. Na verdade já não se passa por Sanxenxo, e foi aí que nos perdemos pela primeira vez. Nada de muito grave, uma vez que tinhamos connosco um GPS emprestado, uma vez que o nosso desapareceu de nossa casa.
O fabuloso GPS guiou-nos até La Lanzada, onde entrámos no parque de campismo já noite avançada.

Parámos a autocaravana, pusémos as sapatas equilibradoras, ligámos a electricidade e fizemos o jantar.
Breve inspecção aos sanitários do camping, que psssaram com distinção na dita inspecção.
Havia mais auticaravanas no paruqe,mas já todos estavam recolhidos, por isso decidimos também recolher, até porque o camping era junto da praia,mas longe da localidade.